
Afeto não é uma exclusividade humana. Outras espécies também compartilham carinho e cuidado, às vezes por toda a vida. O tema é objeto constante de estudos, mas, apesar de um certo “romantismo”, o que se sabe ao certo é que esse comportamento está relacionado com a necessidade de reprodução e evolução biológica.
“Devido à sua beleza, formas e cantos, as aves fascinam e estão entre os melhores grupos animais para engajar a sociedade com a conservação da natureza. O comportamento monogâmico de algumas espécies aproxima ainda mais as aves e as pessoas”, diz o biólogo e membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN), Pedro Develey, que também é diretor-executivo da Sociedade para a Conservação das Aves do Brasil (SAVE Brasil).
No país, as aves roubam a cena: cerca de 90% delas formam casais que ficam juntos por períodos reprodutivos ou por toda a vida. “As unidades de conservação brasileiras, que cobrem uma área de 1,5 milhão de quilômetros quadrados, cerca de 17% do território nacional, têm importante papel na preservação de ambientes equilibrados para a conservação da fauna, incluindo as aves”, explica Marion Silva, coordenadora de Áreas Protegidas da Fundação Grupo Boticário.